Neo-expressionismo

quarta-feira, 22 de junho de 2011


Modalidade artística resgatada a partir da década de 80, ao voltar a registrar os sentimentos pela arte. Foi fortemente influenciado pelo Expressionismo, Simbolismo e Surrealismo. Trouxe de volta a pintura e a escultura, com suas representações críticas, emocionais e subjetivas, após algumas décadas. Formulando o devir da arte em sua história universal. Os artistas costumavam utilizar tintas misturadas a materiais como areia, palha e outros, colados à tela.
A arte dos anos 90 e da virada do século reafirma as tendências supracitadas enveredando-se ainda mais na política e causas sociais, ambientais e econômicas. Mostra ainda a proliferação da arte performática, das instalações e suportes associados a gêneros híbridos e materiais variados.

efinição

O termo indica a retomada, sobretudo na Alemanha, de certos traços do expressionismo, a partir de 1970. Ainda que a pauta expressionista ofereça um parâmetro mais geral para a nova produção, os rendimentos que essa matriz vai encontrar nos diferentes centros nacionais - por exemplo na Itália e Estados Unidos, onde reverbera - e nos diversos artistas são flagrantes. Em solo alemão, as experiências de vanguarda realizadas por Joseph Beuys (1912-1986) e a atmosfera altamente politizada da década de 60 têm impactos decisivos na produção de vários jovens artistas, entre eles, Jörg Immendorff (1945). A produção de Immendorff traduz, desde o início, uma tentativa de articulação da pintura com compromissos sociais e políticos. Entre 1968 e 1970, os trabalhos do artista testam a linguagem infantil como alternativa às convenções artísticas de corte burguês, o que se evidencia nas pinturas Lidl. A partir dos anos 70, os trabalhos de Immendorff apelam ao didatismo das ilustrações e das legendas, numa opção explícita pela simplificação e busca de inteligibilidade. Em seguida, o repertório do artista se amplia, fazendo conviver nas telas as motivações políticas, os símbolos nacionais e o movimentos da psique e do sonho, como em Alemanha Café III (1978). Os nomes de Georg Baselitz (1938), A. R. Penck (1939) e Anselm Kiefer (1945) aparecem como fortes representantes da nova tendência plástica no eixo Colônia-Dusseldorf, onde também atuam Markus Lüpertz (1941), Per Kirkeby (1938) e Sigmar Polke (1941). À Berlim, por sua vez, se associam os nomes de Karl Horst Hödicke (1938), Salomé (1954), Rainer Fetting (1949), Helmut Middendorf (1953) e Bernd Zimmer (1948).


As memórias da guerra, as marcas deixadas pelo nazismo no país e a tematização de certa identidade nacional problemática são referências para Baselitz, Penck e Kiefer, ainda que os temas conheçam inflexões distintas, em cada um deles. Baselitz mobiliza um amplo repertório de símbolos em suas telas coloridas e viscosas. As figuras de cabeça para baixo que produz tornam-se uma espécie de assinatura do artista - por exemplo, Palhaço (1981), Último Jantar em Dresden (1983). Penck (Ralf Winckler), também adepto da figuração, é bem mais explícito no que diz respeito às inclinações políticas. Suas telas almejam a comunicação (de modo semelhante a Immendorf), assim como fazem os sinais e placas públicas. O seu Standart (1971) parece guardar alguma relação com as inscrições feitas nos muros, ainda que faça referências expressas ao vocabulário de signos e à cibernética, caros ao artista. A obra de Kiefer adquire expressão internacional por ocasião da 39ª Bienal de Veneza (1980), quando expõe com Baselitz, e são chamados de novos fauves. Sua produção combina fontes diversas: a história alemã e os símbolos nacionais; o imaginário e a memória; a mitologia e as religiões. O uso livre que faz desses repertórios encontra tradução plástica em telas de grandes dimensões, com o auxílio de materiais díspares: a palha, o chumbo, as pastas de pigmentos, os diversos elementos da natureza. A combinação da matéria natural com um universo mitológico, mágico e espiritual liga diretamente o nome de Kiefer ao de Beuys, ainda que a forte marca autoral do primeiro seja indiscutível, basta lembrarmos Quaternity (1973) e Canção de Wayland - com asa (1982), entre outros. Os livros, criados desde 1968, são outra via importante da produção de Kiefer, por exemplo, As Mulheres da Rrevolução (1987), em cujas páginas de chumbo convivem plantas secas, pigmentos, texturas etc.

Artistas:
Artistas de Berlim e Düsseldorf, nascidos antes ou durante a Segunda Guerra Mundial. Evocam a liberdade formal, para testemunhar a relação do artista com a realidade e seu compromisso com a história.
Georg Baselitz
Markus Lüpertz
Sigmar Polke
Gerhard Richter
A. R. Penck
Jörg Immendorff
Anselm Kiefer
[editar]Segunda Geração
Artistas de Colônia e Hamburgo, nascidos no pós-guerra. Se identificam com idéias rebeldes, agressivas, com influências punk e deliberadamente marginais.
Hans Peter Adamski
Peter Bömmels
Walter Dahn
Jiri Georg Dokoupil
Gerard Kever
Gerhard Naschberger
Albert Oehlen
Werner Büttner

0 comentários: